Irritadiço e brincalhão, tomou de minha mão o celular e desconectou os fones. “O que está ouvindo de bom?” A clássica pergunta. Acho que foi quando ele percebeu o quanto seu time está quebrado...
“…Oh, it's not that I'm not free
There's nowhere I need to be
It's just your love's not what I need
So don't give it to me…"
“Hmmm… Pelo menos é algo que vala a pena.”
Ele realmente não precisava ouvir aquilo
[...]
Estávamos em realidades desiguais. Isso sempre me foi óbvio. Eu não era a garota feliz e ele não era o cara sedutor destruidor de corações, mas não estávamos no mesmo nível. Acho que ele sempre foi uma possibilidade pra mim e quando as coisas aconteceram entre nós pensei que ele houvesse entendido como eu era. Pensei que eu soubesse o que aquilo era, mas nós nos enganamos em nossa própria segurança.
O que deveria ter acontecido: Ele deveria aproveitar o momento como um garoto normal e deixar a rotina e a realidade nos conduzir de volta a nossos lugares nos dias seguintes. Eu deveria continuar com minha segurança traiçoeira e minha solidão deprimente.
Não deveria estar onde estava agora, várias semanas depois, com tantas outras pessoas já meio tontas em seus corpos alcoolizados sendo que um deles era o dono do reino que dominávamos, o reino onde tudo dependia de nossas vontades. E minhas vontades eram duvidosas e egoístas. Ele sabia disso, mas não compreendia.
Eu o queria ao meu lado, como companhia, como fogo e como água, mas não havia amor ali. Carinho, respeito, consideração... Qualquer uma dessas palavra bonitinhas que descrevem um bom relacionamento entre seres humanos, mas não havia amor. Ele jamais seria capaz de me dar amor, e eu não era capaz de ser amável, nem de amá-lo. Porém, ao contrário do que ele ouvira, eu não era a garota em uma música, eu ainda precisava de algo e aquilo não poderia continuar.